sábado, 14 de junho de 2008

Agito-me!


Agito-me como uma triste folha de Outono fora de época
Agito-me como um recado antigo escrito num papel gasto pelo tempo
Agito-me como um pedaço de vento soprado às escondidas
Agito-me como um botão apertado numa casa sem janelas
Agito-me como o mar revolto numa noite silenciosa
Agito-me como um aceno contido num coração amarrotado
Agito-me para atirar ao chão as lembranças amadurecidas
Agito-me para libertar o peso da saudade solitária
Agito-me para camuflar as lágrimas como chuva
Agito-me para gastar a pele
Agito-me para ficar e perecer


Agito-me para cair e esquecer

Nenhum comentário: